Foto: Valdinei Guimarães/ G1ES
Durante os cinco dias de cavalgada, tropeiros capixabas vão reviver tradições dos antepassados. Uma expedição, que começa nesta quarta-feira (27), refaz percurso traçado pelos imigrantes italianos. A tropa parte de Anchieta e vai passar por Alfredo Chaves, Vargem Alta, Domingos Martins e Venda Nova do Imigrante até chegar a Conceição do Castelo. Na programação, tem comidas típicas, cultura e muita história. Entre um causo e outro, os tropeiros passarão por fazendas de agroturismo, que terão programação especial. Pelo caminho, vão participar de missa sertaneja e rodas de viola, além do almoço tropeiro.
Tradições que Hélio Gonçalves, 49 anos, conhece bem. Hélio Gonçalves é descendente de tropeiro De família mineira, Hélio cresceu vendo o avô, tropeiro, conduzindo os animais que puxavam cargas. “Se fosse para carregar café, ele colocava duas sacas e meia de cada lado do cavalo. Se fosse cana, amarrava e apertava bem para não escorregar”, lembra Hélio sobre o trabalho de seu avô. Se hoje o tropeirismo não é mais uma fonte de renda, Hélio encontrou um jeito para não ficar longe dos animais que gosta. Ele é dono de um haras em Venda Nova do Imigrante, região sudoeste serrana do estado. No local, cuida e doma cavalos e muares. Alguns deles são premiados em concursos e, de acordo com Hélio, podem custar até 50 mil reais. O domador conta com a ajuda de empregados e do filho, Hamilton Gonçalves, 29 anos, para deixar os animais dóceis. “Tem burro que ninguém acredita que possa ser domado e nós o deixamos manso”, conta Hélio se referindo ao burro Netuno, treinado por ele e vencedor de concurso. Para a expedição, ele vai levar seis animais. A comitiva partirá de caminhão para Anchieta, de onde partirão com o restante da tropa. É a chance de reviver as tradições do avô e de mostrar às novas gerações os costumes e valores de uma profissão tão importante na história do Brasil.
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